sábado, 24 de julho de 2010


Amaram o amor urgente ,as bocas salgadas pela maresia
As costas lanhadas pela tempestade naquela cidade distante do mar
Amaram o amor serenado das noturnas praias,levantavam as saias e se enluaravam de felicidade
Naquela cidade que não tem luar.Amavam o amor proibido pois hoje é sabido
Todo mundo conta que uma andava tonta grávida de lua
E outra andava nua ávida de mar

E foram ficando marcadas ouvindo risadas, sentindo arrepio
Olhando pro rio tão cheio de lua e que continua correndo pro mar
E foram correnteza abaixo rolando no leito,engolindo água
Rolando com as algas,arrastando folhas,carregando flores
E a se desmanchar
E foram virando peixes,virando conchas,virando seixos
Virando areia,prateada areia,com lua cheia e à beira-mar.

(Mar e lua - Chico buarque)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

"Porque é tão mais fácil aturar a vida sabendo que tem você.
Agora sem você, meu amigo,
a coisa é feia.
Realmente feia."

segunda-feira, 19 de julho de 2010


"Para mim, atualmente, companheirismo e lealdade são meio sinônimos de felicidade.
Meus amigos são muito fortes e muito profundos, são amigos de fé,
para quem eu posso telefonar às cinco da manhã e dizer:
olha, estou querendo me matar,o que eu faço?
Eles me dão liberdade para isso, não tenho relações rápidas,
quer dizer, tenho porque todo mundo tem, mas procuro sempre aprofundar.
E isso é felicidade, você poder contar com os outros, se sentir cuidado, protegido.
Dei esse exemplo meio barra pesada de me matar....
esquece,
posso ligar para ver o nascer do sol no Ibirapuera[Cruzeiro] às cinco da manhã.
Já fiz isso, inclusive.



[...] eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno
bem no meio duma praça então os meus braços não vão ser suficientes pra abraçar você
e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme olhando você sem dizer nada
só olhando e pensando [...]


(Caio Fernando Abreu)


Eu não preciso de muito.
Eu não quero muito.
Eu quero mais.
Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro.
Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia.
Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você.
Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca.
Eu quero nós. Mais nós.
Grudados. Enrolados. Amarrados.
Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam.
Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu.
Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro.
Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.


( Caio F.)